A série Mempix Still Life, é uma releitura fotográfica, inspirada nas obras de grandes pintores europeus de meados do século XVI e XVII, onde através de pesquisas e garimpo de objetos antigos, desenvolvo representações imagéticas e iconográficas através da fotografia. O cerne desse trabalho, não é copiar com requinte de detalhes as obras dos pintores, mas sim, a utilização de objetos simbólicos que além de representarem minhas próprias ideias e conceitos, também representem o termo artístico “Vanitas”. 
Vanitas, é uma palavra em latim que significa “vacuidade e futilidade”. O conceito de arte e o nome vanitas, tem origem direta no livro Eclesiastes do Velho Testamento, VANITAS VANITATUM ET OMNIA VANITAS (Ecc.1:2), trecho em latim do livro que significa, VAIDADE DAS VAIDADES, TUDO É VAIDADE. Historicamente nas artes o termo é interpretado como “vaidade”, uma alusão à efemeridade da vida diante da certeza da morte e a futilidade de possuir e pilhar coisas, já que estamos apenas de passagem pela vida física terrena.
Esse termo também forneceu uma justificativa moral para várias pinturas simbólicas de objetos específicos no período Renascentista, por isso a associação direta com o estilo de pintura Still-life da época.
Ná simbologia Vanitas, encontram-se vários objetos como crânios que são lembretes da inevitabilidade da morte do corpo; relógios e ampulhetas, compreendendo-se como a passagem e a brevidade do nosso tempo; bolhas e fumaça, simbolizam a subitaneidade da morte; frutas apodrecidas, flores e folhagens secas, dão luz a degradação do envelhecimento físico; borboletas e instrumentos musicais, entre outros significados simbolizam a natureza efêmera da vida; alimentos como o limão, castanhas, frutos do mar, entre outros, podem ser interpretados como a vida, atraentes quando se olham, mas azedos e amargos quando provado, contudo existe uma gama de interpretações enorme com relação à alguns alimentos, que proporcionam imagens densas de significados, onde a essência filosófica da vida se mistura através de substâncias que assim como o sangue, nos mantém vivos e com vontade de viver.

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